O ciclo de debates mensais promovido pelo Panathlon Clube de Lisboa contou, na sessão aberta de março, com a presença do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, que veio à Sala dos Troféus do Ginásio Clube Português falar sobre a “Política Desportiva do Governo”. A ocasião serviu também para a assinatura pública de dois protocolos entre o clube e os seus novos parceiros nas áreas da formação e da comunicação.
Depois do habitual jantar de convívio dos sócios do Panathlon, o debate mensal da noite de 23 de março atraiu às instalações do GCP várias dezenas de interessados em ouvir o responsável governamental pelo Desporto – o Secretário de Estado João Paulo Rebelo – explicar a política governativa nesta área.
Antes disso – e depois do presidente da direção do Ginásio Clube, Manuel Cavaleiro de Ferreira, na sua qualidade de anfitrião, ter apresentado as boas vindas – teve lugar um acontecimento especial: a assinatura pública de protocolos entre o Panathlon Clube de Lisboa, representado pelo seu presidente, Manuel Brito, e a EDUGEP, representada por António José Gonçalves, para prestação de serviços na área da formação, e a Digital Brands, representada por António José Gonçalves e Tiago Oliveira, para prestação de serviços na área da comunicação.
A “Política Desportiva do Governo” cobre, naturalmente, muitas vertentes para além daquelas a que a competição confere maior visibilidade. Foi o que o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto explicou à audiência, revelando alguns dos eixos da sua ação governativa, nomeadamente: na importância atribuída aos agentes desportivos (como através do Programa de Capacitação dos Dirigentes ou o relacionamento desburocratizado dos agentes desportivos com o Estado por via do Simplex); ao Desporto Escolar (“a prática desportiva da população escolar deve ser orientada para a experimentação pelos jovens das diversas modalidades e não se focar na especialização precoce numa delas”); e às infraestruturas desportivas (o Programa de Reabilitação das Infraestruturas Desportivas “não é um plano de intenções mas um programa com orçamento”).
Para João Paulo Rebelo, o Desporto, “que em Portugal muito deve à ação dos municípios”, deve ser cada vez mais uma “escola de valores”, ajudando a “aprofundar as questões da cidadania”, pelo que o Governo continuará a prestar acrescida atenção ao seu potencial na formação dos cidadãos promovendo, por exemplo, o fair play.
No final, um participado debate levou cerca de duas dezenas de intervenientes a colocar questões ao responsável governamental, tocando quase todas as áreas por si tuteladas. Entre os intervenientes destacaram-se o vereador do pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Lisboa, Jorge Máximo, dirigentes desportivos (federativos e de clubes), atletas (como a velejadora Joana Pratas, que levantou questões sobre a participação das mulheres e a igualdade de género), treinadores (como o veterano João Paulo Bessa), professores de Educação Física e outros interessados no fenómeno desportivo.
Encerrando a sessão, o presidente do Panathlon Clube de Lisboa, Manuel Brito, sublinhou a importância das questões suscitadas no debate, já que “10% da população portuguesa tem prática desportiva regular”, quer no caso dos cerca de 500 mil atletas federados, quer no caso de outros tantos “praticantes em ginásios e academias, que fazem exercício físico orientado e sistemático”. Por isso, defendeu Manuel Brito, o Desporto deveria ser “dotado de maior autonomia, estar a um nível político mais elevado e não na dependência institucional da Educação”.
Nesta lógica, presidente do PCL considera que Desporto escolar e Desporto federado “são sub-sistemas do Desporto”, devendo o Desporto escolar estar alicerçado nos “valores da República e da cidadania”. Eventualmente, para o efeito, deveria “ser criada uma Federação do Desporto Escolar”, envolvendo toda a comunidade escolar (professores, pais e alunos), concluiu Manuel Brito.
Vídeo Sessão Mensal:
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