Decorreu, no dia 22 de fevereiro, na Sala dos Troféus do Ginásio Clube Português, mais uma sessão promovida pelo Panathlon Clube de Lisboa, tendo o orador convidado, Dr. José Júlio Castro apresentado um retrato da situação do fitness no nosso país.
Depois do habitual jantar dos sócios, a sessão mensal promovida pelo PCL, aberta ao público interessado, versou o tema “Fitness em Portugal – Evolução e perspectivas de desenvolvimento”. Com formação na área jurídico-económica, o atual presidente do Conselho Fiscal da AGAP – Associação de Ginásios de Portugal (e antigo presidente da Direção e da Mesa da Assembleia Geral desta associação), o Dr. José Júlio Castro, ele próprio empresário do sector e autor de estudos sobre esta realidade, revelou-se o orador indicado para falar sobre o tema.
Trata-se de uma realidade importante no panorama do desporto e da atividade física em Portugal já que, como salientou o presidente do Panathlon Clube de Lisboa, Manuel Brito, são cerca de 600 mil os utentes dos ginásios no país.
O sector emprega em Portugal 20 mil pessoas em mais de 1300 ginásios, gerando receitas diretas na ordem dos 215 milhões de euros, revelou José Júlio Castro. Na Europa, são 56 milhões de praticantes que utilizam os serviços dos ginásios de 54 mil clubes e outras instituições públicas e privadas, sendo o sector desportivo que mais fatura, com receitas na ordem dos 27 mil milhões de euros – superiores às geradas pelo futebol, que ficam pelos 22 mil milhões.
O orador traçou as linhas gerais da evolução desta atividade física no nosso país desde os anos 90 do século passado, nomeadamente no seu enquadramento jurídico a partir da Lei Base do Desporto e nas sucessivas adaptações regulamentares à realidade. Para José Júlio Castro, “o fitness está hoje dignificado por um quadro legislativo que assegura a segurança da prática da atividade, sem excessos que a inibam”. Paralelamente, “fez-se um bom trabalho e hoje todos os ginásios têm instalações certificadas e diretor técnico e técnicos de acompanhamento de atividade de exercício físico habilitados para o efeito”, constatou este responsável associativo.
Perspetivando o futuro da atividade – baseando-se num inquérito que revela que 62% dos praticantes invocam motivos de saúde como principal motivação para a ida ao ginásio, seguida da oportunidade de divertimento e convívio – José Júlio Castro antevê uma crescente ligação do fitness às questões da saúde, com os ginásios a incorporarem a nutrição nos seus programas de atividade.
Como é timbre, a sessão foi seguida de participado debate, recaindo a maioria das intervenções da interessada audiência sobre a formação e as habilitações dos técnicos de acompanhamento da atividade, a fiscalidade incidente sobre o sector e as abordagens – nem sempre felizes – do poder político na regulação deste sector com crescente peso na atividade física dos portugueses.
No final, como já é tradição nestas sessões, o presidente do Panathlon Clube de Lisboa, Manuel Brito, outorgou ao orador o certificado de participação em mais esta iniciativa do clube.
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