A sessão mensal do Panathlon Clube de Lisboa de março incidiu sobre o tema “Treinadores em Portugal” – simultaneamente, uma ação de formação creditada – que teve como orador convidado Pedro Sequeira, presidente da Confederação de Treinadores de Portugal.

 

Depois do habitual jantar dos sócios, a Sala de Troféus do Ginásio Clube Português encheu para a sessão dedicada à situação profissional e enquadramento legal dos treinadores em Portugal. O presidente da respetiva Confederação, Pedro Sequeira (ele próprio com vasta experiência como treinador de Andebol e formação académica em Desporto e Ciências Sociais) explicou a realidade vivida no nosso país pelos treinadores, profissionais e não profissionais, num momento em que a Assembleia da República focou a sua atenção sobre esta matéria.

 

O orador considerou ser de “máxima importância” o atual reconhecimento legal da atividade, que envolve 45 mil treinadores (dos quais 5% são profissionais, sendo a maioria do futebol), em 67 modalidades, enquadrados em 22 associações. O aumento do número de treinadores que se constata tem sido proporcional ao número de praticantes (cerca de 550 mil), na maioria jovens. O atual quadro legal impõe que só possa haver competição desportiva a par da existência de treino e, consequentemente, de treinadores.

Entre os desafios que se colocam à atividade, Pedro Sequeira destacou a necessidade de adaptação tecnológica e de capacidade de antecipar o futuro, o domínio do conhecimento específico e das técnicas de comunicação, a necessidade de trabalhar com equipas técnicas multidisciplinares e a formação contínua, acompanhando a evolução dos modelos de formação. Só assim, garantiu o orador, poderá “haver reconhecimento social da profissão” e “assegurado o seu futuro”.

 

O período de debate que se seguiu, também muito participado por treinadores que acorreram a esta sessão, viu serem colocadas questões pertinentes, nomeadamente as que se prendem com a possibilidade de acesso à formação por todos os treinadores e com os modos de validação do conhecimento profissional. Respondendo a diversas questões suscitadas neste âmbito, Pedro Sequeira garantiu que a Confederação está empenhada em “construir mecanismos para o reconhecimento social e financeiro do papel dos treinadores no quadro legislativo”, a par de projetos e parcerias para “promover as boas práticas” nesta atividade.

No encerramento, o presidente do PCL, Manuel Brito, fez um balanço da sessão, sublinhando o que deve ser a “dimensão ética e cultural do trabalho dos treinadores, fundamental para formar bons atletas”, de modo a se ultrapassar más práticas e o arrastar de uma situação onde os treinadores são “profissionais no estatuto mas voluntários na ação”. Como é costume, o presidente do clube agraciou o convidado com um diploma certificando a participação na sessão e com outras lembranças desta ocasião.