As relações entre Desporto e Turismo estiveram em foco em mais uma sessão mensal do Panathlon Clube de Lisboa, pela voz do orador convidado, António Marques Vidal.
Depois do habitual jantar dos sócios, a Sala dos Troféus do Ginásio Clube Português encheu-se para uma reflexão sobre o papel do Desporto na dinâmica do Turismo que o país atravessa. António Marques Vidal, presidente da APECATE – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos explicou a visão e o papel da sua associação nas relações entre estas duas relevantes atividades económicas, sociais e culturais.
Para Marques Vidal, o facto de Portugal ser o 14ª destino turístico mundial (e Lisboa o 6º destino de congressos) – e consequente importância crescente da atividade, que é responsável por 18,6% das exportações e 8,2% do PIB – tem catapultado o interesse dos operadores turísticos pela dimensão desportiva, enquanto campo de possível oferta.
Naturalmente, este processo de crescimento não se faz sem dificuldades, com esta associação das empresas do sector a ter que se relacionar com dez diferentes tutelas governamentais para solucionar eventuais problemas que vão surgindo, por vezes com sinais contraditórios ou divergentes.
Contudo, ao abordar-se as relações do Turismo com o Desporto surge desde logo a dificuldade de delimitar o objeto de cada uma das áreas e o seu campo de interseção. Para além da normal atração de visitantes com o objetivo de assistir a grandes eventos desportivos, existe o consenso de que a atividade física oferecida pelos operadores turísticos, nomeadamente ao ar livre, não recai no âmbito do Desporto propriamente dito (na esfera competitiva) mas sim, quando muito, na campo do que alguns designam por “desporto recreativo”.
Esta constatação leva a que, desde logo, os profissionais que operam com estas atividades não possam ser chamados de “treinadores” ou “desportistas” mas sim de “animadores turísticos” que monitorizam atividades físicas. Na ausência de legislação e entidades que validem as competências de tais animadores, tem sido a APECATE a assumir essa responsabilidade. Embora em franco crescimento, este tipo de atividade turística defronta-se com os próprios “limites da natureza à exploração turística das atividades ao livre”, que pode ser um bem escasso face a apetites desenfreados.
No final, após um animado debate com a participação de “animadores turísticos” com formação em Desporto, o presidente do PCL, Manuel Brito, voltou a verberar a falta de atenção das entidades responsáveis face aos fenómenos que envolvem os agentes desportivos, como é o caso daqueles que exercem atividade no âmbito do Turismo, e elogiou a APECATE por fornecer apoio legal aos agentes e empresas envolvidos.
Como é tradição, o presidente do PCL ofereceu ao orador – que elogiou como “pessoa conhecedora e experiente, que nos ofereceu uma esclarecedora conferência” – o emblema do clube e um diploma de participação nestas sessões mensais.
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