Recreio e Desporto na sessão mensal de setembro

 

As atividades lúdicas na expansão portuguesa e na história do corpo foram o tema da sessão de setembro do Panathlon Clube de Lisboa, pela voz do investigador Cândido do Carmo Azevedo.

 

Após o habitual jantar que reúne os sócios do PCL, a Sala dos Troféus do Ginásio Clube Português acolheu mais uma sessão mensal, sob o tema “Recreio e Desporto – Inovação e Aculturação na Expansão Portuguesa”, tendo como orador convidado o professor Cândido Azevedo – antigo desportista, investigador e membro da Sociedade Internacional para a História da Educação Física e do Desporto. Nascido em Damão, no antigo Estado da Índia (ex-Índia Portuguesa), este autor de diversos livros sobre a temática viajou pelos lugares de vários continentes onde se sentiu a presença lusa, pesquisando em arquivos e recolhendo testemunhos da tradição oral, nomeadamente nas diversas cidades asiáticas onde viveu e trabalhou.

 

A recolha sistemática de dados etnográficos ao nível da atividade física para fins recreativos (incluindo festividades religiosas) e lúdicos (mais na esfera do profano), hierarquizada por épocas e classes etárias e sociais, permitiu perceber as interações culturais entre as culturas portuguesa e autóctones, influenciando-se mutuamente, nos locais para onde a expansão marítima levou as gentes lusas. Na ocasião, o orador procedeu a uma exposição factual bastante completa e interessante e, sem necessidade de preocupações analíticas de etnologia histórica, proporcionou à cativada audiência uma panorâmica rica de contextos culturais, sociais e antropológicos destas interações entre os séculos XVI e XIX – que, em muitas situações e diversos sítios por todo o mundo, deixou traços que ainda perduram.

 

No final, o orador foi agraciado com o emblema do Panathlon Clube de Lisboa, que recebeu das mãos do professor Fernando Mota, o anfitrião em representação do presidente do clube, José Esteves. Foi também Fernando Mota quem, no início da sessão, traçou o elogio fúnebre do falecido professor António de Paula Brito, a quem sucessivas gerações de alunos da Faculdade de Motricidade Humana recordam com saudade pelo muito que lhe são devedores, humana e cientificamente, e em cuja homenagem a audiência prestou um minuto de silêncio.