O tradicional jantar de aniversário do PCL teve lugar nos salões do Hotel Real Palácio, no dia 17 de dezembro – o dia em que, há 40 anos, se fundava o clube. Na ocasião, depois dos discursos do presidente, José Esteves, e do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, e da entrega dos prémios anuais, quase uma centena de convivas tiveram a oportunidade de escutar o conferencista convidado, professor António Sampaio da Nóvoa, atual embaixador de Portugal na UNESCO.
Na abertura do evento, o presidente do PCL, José Esteves, dirigiu-se à audiência, saudando as presenças do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, do presidente do Instituto Português do Desporto e da Juventude, Vítor Pataco, do presidente do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Lourenço, do presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação, Humberto Santos, do coordenador do Gabinete de Desporto Escolar, Rui Carvalho, do presidente do Ginásio Clube Português, Manuel Cavaleiro de Ferreira, dos representantes das diversas entidades públicas e privadas e associações desportivas, dos atletas olímpicos, dos sócios e demais convidados, bem como do conferencista convidado, Sampaio da Nóvoa.
Depois de agradecer a todos os que, ao longo do ano, colaboraram nas diversas iniciativas do clube, José Esteves fez um breve balanço da atividade do corrente ano e evocou os 40 anos do PCL, “quatro décadas pela defesa dos ideais do fair-play e de luta contra todas as formas de discriminação no Desporto”, durante as quais este “clube de serviço” realizou mais de 400 conferências, entre outras iniciativas “sempre alicerçadas na intransigente defesa dos princípios da verdade desportiva”. O presidente, manifestando a matriz do clube como “espaço cultural, livre e democrático”, usou desta oportunidade para, à semelhança da intervenção de há um ano do anterior presidente, Manuel Brito, verberar a falta de “reconhecimento político e social” para com o movimento desportivo e o Desporto, em geral. José Esteves terminou a sua intervenção destacando os “treze magníficos” que, na sede do ACP, fundaram o clube a 17 de dezembro de 1979, dos quais dois aqui estiveram presentes (Rodolfo Begonha e Afonso dos Santos) e reivindicou para o Panathlon Clube de Lisboa, tal como outro presidente (Mariz Fernandes) o fizera há dez anos atrás, “ter assento por direito próprio no Conselho Superior do Desporto”.
Por sua vez, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, agradeceu o convite para este jantar comemorativo, bem como para outras iniciativas do PCL, confidenciando ter “aprendido muito sobre Desporto” ao acompanhar a sua atividade. Este responsável governamental elogiou a forma como o clube vem “produzindo e divulgando conhecimento” e pela “reflexão que estimula a defesa dos valores desportivos na sociedade”. João Paulo Rebelo deixou também uma palavra de apreço ao anterior presidente do PCL, Manuel Brito, pelo trabalho que vem desenvolvendo enquanto presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal, reconhecendo sentir-se responsável por, com esta sua nomeação, haver “roubado ao Panathlon Clube este importante valor humano”.
Após o jantar, procedeu-se à entrega dos prémios anuais, pela seguinte ordem:
- Prémio Luís Caldas Assiduidade 2019, outorgado à sócia e fundadora do clube Maria Emília Azinhais, entregue pela tesoureira Carla Silva;
- Prémio Mário Simas Fair Play 2019, atribuído a um treinador da seleção de futsal sub-15 da Associação de Futebol da Madeira, Bruno Salgado, entregue pelo presidente do IPDJ, Vítor Pataca, e recebido por um irmão do galardoado, Telmo Salgado, e pelo presidente da Associação de Futebol da Madeira, Rui Marote;
- Prémio Panathlon 2019, atribuído a título póstumo ao professor António da Paula Brito, entregue pelos fundadores Afonso dos Santos e Rodolfo Begonha a Maria José Laires, tendo Sidónio Serpa proferido uma evocação do seu antigo professor e amigo, considerado o fundador psicologia desportiva infantil em Portugal.
Finalmente, o conferencista convidado, António Sampaio da Nóvoa, atual embaixador de Portugal na UNESCO, dirigiu-se à audiência com os incisivos dotes de oratória e de percepção da realidade que o caraterizam. Começou por recordar uma intervenção de António Sérgio de há 90 anos (1929), agora que se completam 50 anos sobre a sua morte: traçando uma analogia entre Desporto e cidadania, Sérgio encontrou no treino desportivo um exemplo para a “vida moral” dos “voluntários da paz”. Para Sampaio da Nóvoa, há que “cultivar e paz no espírito dos homens e das mulheres”, devendo a educação, a ciência e a cultura servir para impedir a fragmentação da vida social, promovendo o exemplo do Desporto: “lugar comum, onde se faz humanidade e onde nos tornamos mais humanos”, por via da “cooperação, atividade insubstituivelmente humana”. A terminar, o orador exortou a que “não cedamos perante a fragmentação” ou à “renúncia da liberdade”, para que sejamos “capazes de dizer não” e de “proclamar os valores que estão presentes nesta sala e neste Panathlon Clube, o futuro de um Desporto cada vez mais humano para bem da humanidade”: eles, os das forças da fragmentação, podem apresentar-se como vencedores, mas “eles não passarão; nós, passarinho”, concluiu Sampaio da Nóvoa.
O jantar comemorativo encerrou com os sócios fundadores e antigos presidentes presentes nesta ocasião (Rodolfo Begonha, Maria Emília Azinhais, Afonso dos Santos, Fernando Tenreiro, José Esteves, Manuel Brito e Vicente Moura) a soprar as 40 velas do bolo de aniversário do Panathon Clube de Lisboa.
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