Após o tradicional jantar que reúne sócios do clube, decorreu, no dia 17 de março, na Sala de Troféus do Ginásio Clube Português, mais uma sessão mensal do PCL, sob o tema “Os Clubes e a Ética Desportiva – Boas Práticas”, com a participação de dirigentes de quatro clubes e do coordenador do Plano Nacional de Ética Desportiva.
Com moderação de José Carvalho, a sessão contou com os testemunhos de Jorge Delgado, do Leões de Porto Salvo, Paulo Rosado, do Oriental de Lisboa, Augusto Aniceto, do Física de Torres Vedras, Paulo Martins, do Taekwondo de Santo António dos Cavaleiros, e José Carlos Lima, coordenador do Plano Nacional de Ética Desportiva.
Antes do habitual período de perguntas e respostas, os dirigentes desportivos apresentaram exemplos de boas práticas desenvolvidas pelos seus clubes. No caso do Oriental, as questões da ética desportiva andam a par da vertente social do clube, implantado numa zona popular de Lisboa, que se traduz no ensino e prática de algumas modalidades pelas crianças e jovens a “custo zero”. Os valores éticos são aqui destacados em reuniões periódicas com os pais, pretendendo-se o seu saudável envolvimento na atividade desportiva dos filhos. No mesmo sentido, prevê-se o arranque de classes de ginástica sénior, de modo a promover a inclusão de 500 a 600 praticantes.
Em Santo António dos Cavaleiros, a prática do taekwondo acontece nas instalações de uma escola pública, sendo que esta própria modalidade individual já transporta no seu gene a importância da ética inerente ao espírito olímpico: “campeões na medalha, mas também no pódio da vida”. A atividade deste jovem clube beneficia de “boas parcerias” entretanto alcançadas.
Já em Torres Vedras, no clube com extenso historial e largo suporte de associados, tanto se procura assegurar a educação física para as crianças desfavorecidas como proporcionar condições para os atletas federados praticarem as suas modalidades, com permanente monitorização para avaliação comportamental, de forma a garantir a observação das regras subjacentes à ética desportiva.
Em Porto Salvo, procura-se combater as desigualdades numa ação onde “o Desporto vai às comunidades”, envolvendo 240 jovens de quatro bairros de Carnaxide. Procura-se instalar uma cultura desportiva que premeia o mérito, com sessões mensais sobre ética também dirigidas aos pais.
O coordenador do Plano Nacional de Ética Desportiva sublinhou a importância do “trabalho meritório” dos dirigentes dos clubes para a promoção de uma vivência positiva do Desporto. Apesar do PNED contar apenas com uma estrutura pequena no seio do IPDJ, desde há dez anos que vem desenvolvendo o seu trabalho com os clubes, procurando sensibilizar dirigentes, treinadores, atletas e pais para a importância da Ética Desportiva. Mais de 2500 ações de sensibilização e formação foram realizadas, para além de outros recursos colocados à disposição dos clubes (como uma brochura de caráter pedagógico), considerando-se que o seu impacto contribuiu para uma “mudança positiva”.
No final, o moderador José Carvalho, que foi sintetizando o essencial de cada intervenção e moderou o período de perguntas e respostas, destacou como principais ideias a reter desta sessão, a par do “longo trabalho que ainda está por fazer”: o papel que deve caber à comunicação social para uma vivência mais saudável do fenómeno desportivo; a importância da articulação das escolas com os clubes; a educação para a mudança comportamental; e a necessidade da formação para a boa liderança.
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