Com quase sessenta anos de vida ligado à actividade física, ao desporto e a funções de índole social e de solidariedade, não tenho dúvidas que os ensinamentos que a vida nos vai dando ao longo dos anos é um dos bem mais preciosos do ser humano.
Neste contexto – apesar dos vários vectores que contribuem para a felicidade do ser humano – não há nada como ter a hombridade de assumir um conjunto de sentimentos que nos tem transplantado pelo tempo, desde que nascemos até ao que ora vivemos, onde a ética e os valores do espirito desportivo tem, em grande parte, prevalência sobre outros, ainda que também com elevado significado, o que dignifica a nossa vida entre os seres vivos.
Daí que assumir que “o Desporto faz parte da herança de todos os homens e mulheres e a sua ausência nunca poderá ser compensada” (Barão Pierre de Coubertain, que criou os Jogos Olímpicos) e que “um país pode considerar-se realmente desportivo quando a maior parte dos seus habitantes sente o desporto como uma necessidade pessoal” (também da autoria de Coubertain) é seguir uma linha testada como vitoriosa, que defendo intransigentemente.
Desde que foi definido, há muito tempo que “o Desporto é um bem público … que socialmente vale mais do que aquilo que custa”, torna-se evidente que temos de ter “garras” para romper e combater com tudo o que possa ser dito em contrário.
No mesmo sentido, reforçar que “o Desporto tem o poder de mudar o mundo; tem o poder de inspirar; tem o poder de unir um povo como poucas outras coisas podem fazê-lo. Fala aos jovens numa linguagem que eles entendem. O desporto pode criar esperança onde antes só havia desespero. É mais poderoso do que os governos em romper as barreiras raciais” (Nelson Mandela, o primeiro Presidente eleito na República da África do Sul), frases que continuam a ser um farol para todos nós neste mundo cada vez mais conturbado, onde os interesses comerciais se sobrepõem aos interesses sociais e de solidariedade.
E para concluir, porque a personalidade é impar em todo o mundo, nada melhor do que ler mas, acima de tudo, “sentir” o que o Papa Francisco tem vindo a defender desde que foi eleito quando, referindo-se a todos, escreveu e disse que “o ser humano é estranho. Briga com os vivos e leva flores para os mortos; lança os vivos na sarjeta e pede um bom lugar para os mortos; se afasta dos vivos e se agarra desesperadamente quando estes morrem; fica anos sem conversar com um vivo e se desculpa e faz homenagens, quando este morre; Não tem tempo para visitar o vivo mas tem o dia todo para ir ao velório do morto; critica, fala mal, ofende o vivo mas o santifica quando este morre; não liga, não abraça, não se importa com os vivos mas se autoflagela quando estes morrem; aos olhos cegos do homem, o valor do ser humano está na sua morte e não na sua vida.
É bom repensarmos isto enquanto estamos vivos.”
Princípios tão básicos, comum à grande maioria da população mundial, pelos quais tento pugnar no dia-a-dia.
Pelo menos enquanto durar a minha passagem pela vida terrena!
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