Realizou-se na passada 5ª feira dia 20 na Sala dos Troféus do Ginásio Clube Português, assistida em direto também por muitas dezenas de participantes subordinada ao tema: “As novas formas de consumo de Desporto mediadas pelas apostas e os seus riscos“. Na preparação da sessão considerou-se o contexto de risco das apostas desportivas em especial para os jovens – mais vulneráveis a comportamentos de risco e à influência do marketing agressivo das casas de apostas – nomeadamente:
1. Vício em Jogo – O cérebro dos jovens em desenvolvimento, torna-os mais propensos a vícios e comportamentos impulsivos, podendo a adrenalina dos jogos levar a uma sensação de recompensa rápida, incentivando apostas repetidas.
2. Problemas Financeiros – Muitos jovens apostam sem um plano financeiro, podendo perder grandes quantias de dinheiro rapidamente e, em casos extremos, endividando-se com empréstimos ou recorrendo a comportamentos ilegais para continuar a apostar.
3. Impacto na Saúde Mental – O stress e a ansiedade associados às perdas constantes podem levar a problemas emocionais graves, incluindo depressão, a um sentimento de culpa e frustração, em prejuízo da sua autoestima e das relações interpessoais.
4. Normalização do Jogo no Desporto – Jogadores e influencers podem incentivar, direta ou indiretamente, os jovens a entrar no mundo das apostas, e a vê-las como parte normal do desporto.
5. Falta de Controlo e Regulamentação – Apesar das restrições de idade, muitos jovens conseguem criar contas em plataformas ilegais ou usar identidades falsas para apostar e a exposição ao jogo irresponsável são favorecidas pela publicidade excessiva e a falta de educação sobre os riscos envolvidos.
Os elementos convidados para debaterem o tema proposto foram:
• Marcelo Moriconi – Investigador e professor no Centro de Estudos Internacionais (CEI – ISCTE) do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.
• Rute Soares – Diretora Coordenadora da Unidade de Integridade e Compliance da FPF, Inspetora Disciplinar e de Ética da UEFA e sócia do Panathlon Clube de Lisboa.
• João Paulo Almeida – Diretor-Geral do Comité Olímpico de Portugal
• Teresa Rocha – Vice-presidente da Confederação dos Treinadores de Portugal (moderadora do debate).
Definiu-se como objetivos da sessão debater:
• Sobre a necessidade (ou não) de limitarmos as publicidades das casas de apostas;
• A normalização das apostas desportivas e as práticas de apostas entre jovens (aumento das práticas de apostas);
• Sobre a necessidade de incluirmos a educação sobre jogo responsável nos módulos de integridade desportiva;
• Entender os benefícios da aposta desportiva… ou seja… apostas sim, mas que tipo de apostas.No final foi evidente reconhecer-se necessário ter presente todo o contexto descrito e debatido, sendo incontornável o percurso esperado de contínua expansão do negócio das apostas desportivas, dando necessários passos decisivos na educação, e na prevenção dos efeitos desviantes da proliferação da publicidade e sobre domínio das apostas desportivas para além dos valores desportivos.
A sessão está acessível em https://www.youtube.com/watch?v=_Dmo9AjzcuE

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